THE HOUSE Descubra o que o filme da Netflix tem a ver com a nossa história
O novo filme da Netflix, The House, tem, em certos aspectos, muitas similaridades com a situação incomum pela qual passamos nos últimos anos. Sendo uma produção em stop-motion, ou seja, uma produção de cunho mais artístico que as que comumente vemos por aí, o foco dela é nas situações bizarras e surreais, como se estivéssemos tendo um sonho de olhos bem abertos. E vejam só como são as coisas, porque nós também tivemos que reconstruir muitas vezes.
And heard within, a lie is spun
(E ouvida do interior, uma mentira é fiada)
Poeticamente, o título do primeiro episódio da produção conta sobre uma família que recebe um grupo novo de visitantes, e passa por uma situação em que mudanças drásticas afetarão para sempre suas vidas. Em termos gerais o título passa a ideia que no seio da vida dessa família, mas alguma coisa começa a ficar fora de lugar.
Curioso como isso se parece muito com o ano de 2020, pois nele, muitas coisas começaram a sair do lugar. Sentimos que um estranho nos visitava, um estranho que chacoalhou nosso meio, desestabilizou nossas estruturas e nos tirou da nossa zona de conforto. Fomos obrigados a passar por uma reestruturação, reavaliar conceitos e pensar rápido como agir para superar os desafios.
Voz passiva
O título mesmo é um exemplo de um tema que sempre causa comoção entre os alunos de Inglês: a Voz Passiva. É um exemplo muito bom de como a Voz Passiva, se bem aplicada pode ser usada não só para fins de informação, mas também para fins poéticos. Porém é um refinamento do idioma que é bem mais desafiador, e que dá trabalho para conseguir.
Superando o fogo
O contexto desse primeiro episódio coloca a menina, Mabel, em um labirinto, e nós também percebemos que estávamos em um, aparentemente sem saída. Porém, para que não víssemos nossos alunos transformados em apenas cadeiras e prestes a serem queimados pelo fogo da lareira, trabalhamos rápido e juntos conseguimos transformar novamente essas cadeiras em alunos. A mentira do título, nosso visitante indesejável, tentou nos consumir, nos levar junto, mas fomos capazes de desviar dele e nos reestruturar, e de praxe, reconstruir. O prédio da escola na Campos Salles, nossa casa, nosso templo interior, foi demolido e posto abaixo, mas reerguido, ganhou um novo andar e a capacidade de receber mais salas, mais alunos e assim, mudar mais vidas.
Then lost is truth that can’t be won
(Então perdida está a verdade que não pode ser vencida)
Nada é melhor e mais prazeroso do que termos nossos queridos alunos conosco, aqui na escola, presencialmente. No entanto, como na história do segundo episódio desta produção, tivemos que nos adaptar a mudanças drásticas, dada a necessidade de nos distanciarmos e falarmos remotamente para não perdermos esse contato. O mais curioso é como no filme, The House, vemos personagens transformados em ratos e outros bichos, pois foi assim mais ou menos que nos sentimos esse tempo todo, como ratos em um labirinto, no meio de um grande experimento.
Aos poucos fomos contornando a situação e readmitindo nossos alunos, mas já tinham um aspecto estranho e diferente em seus rostos, como os visitantes do filme, que começaram a adquirir outro aspecto.
Verdade adjetiva
O título descreve, em uma linguagem simples e direta, mas também poética, que a verdade precisa ser reestabelecida. A construção feita em forma de oração adjetiva, ou como chamamos em inglês, “adjective clause”, descreve aquela qualidade intrínseca da verdade que nos é familiar: que no final, ela sempre vence.
Construindo nossa história
Diferente do filme, nossa realidade, da The House Inglês por Mnemotecnia, não chegou nem perto de se tornar o apocalipse surreal que vemos no final do segundo episódio. Tivemos tempos difíceis, mas a superação e o reestabelecimento da tão buscada verdade perdida foram realizados, e novamente aqui estamos nós.
Listen again and seek the sun
(Ouça de novo, e busque pelo sol)
Um aspecto diferenciado no final de tudo, em especial neste último episódio do filme, é que diferente dos demais, tudo termina em um final feliz.
É imperativo buscar
O título desta terceira parte em forma de voz imperativa nos dá duas direções: ouça (listen) e busque (seek).
Muitas vezes, nos sentimos afogados pelos problemas que aparecem. Como a casa no filme, submersa por água. Muitas vezes nos sentimos amedrontados de não poder mais sair desse afogamento, mas sempre procuramos buscar pela luz novamente, o que consequentemente acaba nos levando a uma saída inesperada.
Buscando nosso caminho
O destino final da casa parece muito conosco: uma embarcação. E saímos por aí escutando novamente os sons que nos levam a navegar por águas desconhecidas e a encontrar novamente nosso sentido, sempre nos deixando levar por esses dois comandos: ouça, busque. É o que nós sempre queremos: buscar. Buscamos liberdade, conhecimento, entendimento. Buscamos uma realidade que faça sentido. E ao buscar essa realidade olhamos para nós mesmos, e o que podemos mudar em nosso templo interior, nossas casas, para melhor nos entendermos e melhor buscarmos por coisas boas para nossas vidas. E é assim que nós, da The House sempre buscamos vocês, nossos alunos, sempre pensando em suas realidades, e fazendo com que vocês se conectem ao mundo, tornando esse mundo mais compreensível e próximo de vocês e de nós.